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Saiba como enfrentar o viés machista na seleção de talentos

O recrutamento e seleção de pessoas é uma atividade fundamental em uma empresa, pois permite que ela admita talentos qualificados e competentes para desenvolver operações essenciais para o seu adequado funcionamento e crescimento.

No entanto, é certo que se não for devidamente coordenado e gerido, o processo de recrutamento pode se tornar um problema no lugar de uma solução. Isso acontece, por exemplo, quando esse procedimento é permeado de vieses machistas.

Tendo isso em vista, preparei algumas dicas sobre como enfrentar o viés machista durante um processo de recrutamento de pessoas. Vamos conferir?

Capacite as pessoas avaliadoras

A primeira dica para enfrentar o viés machista durante um processo de recrutamento e seleção é capacitar as pessoas avaliadoras, de maneira a fazer com que elas adquiram conhecimento capaz de fazer com que respeitem o candidate, independente do seu gênero.

De uma forma geral, posso dizer que os profissionais de RH, seja homem ou mulher, possuem formações distintas, as quais fazem com que eles, muitas vezes, reproduzam comportamentos machistas de forma involuntária. Por exemplo, imaginar que um homem vai exercer determinado cargo melhor que uma mulher é um pensamento que se arrasta por anos na sociedade e, principalmente, em processos seletivos.

É um pensamento que faz com que a empresa deixe de admitir profissionais do gênero feminino altamente capacitadas. Isto está muito claro nos viéses de percepção.

Elimine o viés de percepção

Outra dica que posso dar é eliminar o viés de percepção em seu processo de recrutamento e seleção. Muitas vezes, o viés de percepção não é percebido, mas saiba que está presente na maioria das pessoas avaliadoras.

Mas o que seria o viés de percepção? O viés de percepção é uma ideia estereotipada por um gênero em relação a outro. É acreditar, por exemplo, que determinados postos de trabalho só podem ser exercidos por homens, como piloto de avião, analista de tecnologia da informação e eletricista. Toma-se essa percepção como base para desenvolver o processo de recrutamento e seleção, o que pode fazer com que sua empresa deixe de conhecer mulheres super talentosas por acreditar que somente homens vão desempenhar as atividades com excelência.

Uma pesquisa do Linkedin (GENDER INSIGHT) alerta que, apesar de maioria dos profissionais de recrutamento serem mulheres, as buscas por perfis masculinos e abertura dos mesmos é maior do que as das profissionais mulheres. Ou seja, é preciso treinar as recrutadoras e alertar para que o viés de percepção, o não haja um machismo vindo também da parte de nós mulheres.

Monitore o processo de recrutamento

É fundamental também monitorar o processo de recrutamento, principalmente se ele for conduzido por homens. Estes, ainda que capacitados e qualificados, podem involuntariamente praticar determinadas condutas machistas, como interromper a mulher durante sua fala ou fazer comentários desagradáveis.

Só para que você tenha noção, de acordo com uma matéria produzida pelo Mercado Popular, até mesmo nas supremas cortes ocorrem com frequência situações que configuram machismo. As juízas, declara o levantamento, são interrompidas no mínimo três vezes enquanto falam. Os juízes, por sua vez, cerca de uma a duas vezes.

É preciso saber quais os tipos de perguntas estão sendo feitas nos processos seletivos, um exemplos clássicos: Você tem filhos? Com quem seu filho fica quando ele fica doente? Seus filhos vão para escola em qual horário? ah, casou agora. E quando pretende ter filhos? Estes tipos de perguntas geralmente não são feitas para homens.

Promova em sua empresa uma cultura de respeito às diferenças

Para que sua empresa promova um processo de seleção de candidatas saudável e respeitoso, é essencial que ela incorpore esses valores em seu âmbito. Afinal, se a empresa não dá exemplo ou não investe em uma cultura de respeito às diferenças, dificilmente seus colaboradores terão um comportamento diferente e isso pode, sem dúvida, repercutir em seus processos de seleção.

Há diversas maneiras de a empresa promover em seu âmbito a cultura de respeito às diferenças, como criando um código de conduta do colaborador e código de ética, realizando palestras com temas nesse sentido, entre outras.

As estratégias abordadas neste conteúdo são algumas ações que você pode adotar em sua empresa para fazer com que seu processo de recrutamento e seleção seja respeitoso, saudável e produtivo. Portanto, não deixe de adotá-las.

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Cammila Yochabell

Nordestina. A mãe do Ben. CEO da Jobecam. Em 2016 fundei a Jobecam. Uma plataforma 100% digital que torna o processo seletivo muito mais eficiente, acessível e justo por meio da tecnologia de vídeo. Pioneira em entrevista às cegas por vídeo, o “The voice” da seleção.